Percurso lógico, sucessivamente adiado, apenas mais uma etapa na quimera pessoal, foi este o julgamento. Julgamento sem sentença, mas com o prelúdio de saciar uma fome de instável sofridão que, deglute o equilíbrio do eu social.
O fascínio pelos livros extravasou os muros físicos do meu mundo, pelas portas que abriam, pelas paisagens, realidades, culturas, condições humanas que são capturadas em simples palavras; frágeis em aspecto, fugazes em memória, mas perenes em conteúdo. Ao fascínio sucedeu a inveja, sentimento este de devoto reconhecimento e humildade pela alma que traça o percurso das letras, como Ele dá forma ao barro com as suas mãos. Criação soberba da fútil existência dimensional humana, perpetuada no lirismo de sentimentos comuns a impressões digitais universais.
Em êxtase afirmei-me capaz de seguir tal rumo, de trilhar tais pegadas. A sobriedade mostrou-me que o vento, o mar, os elementos eliminam as pegadas ainda antes de as ter visto; o meu passo não se coaduna, o esforço exaspera, a frustração instala-se, e sou projectado violentamente para o interior dos muros do meu mundo. Buggy jumping incessante até à exaustão, lapidação de uma rocha nua e fria, fermentação de ideias, escola de vivências, baú de sensações.
Nesta fase confesso-me confuso, o elástico está preso por fios e sinto que a próxima vez que me arremessar para fora dos meus muros, este romperá. A violência do regresso confortante é substituída pela incerteza de "figurar", sem paragens sequer para coffee breaks, numa forma de barro que eu mesmo moldei, num papel que eu rabisquei, nas palavras com que me aprisionei.
Encontrei um reconhecimento inesperado, uma pequena clareira de amistosidade genuína e de despretensiosa compreensão. O sentimento de curiosidade, a necessidade de aproximar dessa clareira, muito rapidamente deu lugar a um instinto arrebatador e primitivo de fuga, de criar pegadas em sentido contrário, numa distância que impõe um ritmo de corrida, que alguma vez pés humanos consigam juntar.
Fui buscar O Livro, abro-o aleatoriamente num reviver de um acto perdido no tempo e busco significados. Exercício curioso de resultados infalíveis...
Curioso... afastado que estava, em boa hora abrandei o passo. Uma força controlada mas persistente, aumenta o atrito no sentido em qual troteio, convidando-me suavemente a abraçar atracção que me impele em sentido contrário, com promessas de esforço nulo. A pegada esquerda afunda na parte posterior, a direita alonga-se na anterior; os braços seguram uma corda imaginária, erguida defronte de mim, debato-me num esforço insipiente de resistência, não às forças da física, mas às abelhudas curiosidade e vaidade.
A extremidade do elástico já não está dentro dos muros, mas bem para além do local mais distante que alguma vez fui arremessado. De onde me encontro, os muros guardam uma Lilliput e no extremo oposto Brobdingnag surge. Este Gulliver acorda em diversas praias e em cada uma delas vive uma existência diferente, desejando apenas expugnar as últimas células de Yahoo do seu organismo.
Levanto os pés, liberto a corda que tiranamente prendia e deixo-me subjugar à elasticidade magnética. Magnético é o movimento que me faz firmar os pés no solo como estacas. Movimento cessado a distância prudente, medida pelo compromisso de equilíbrio entre o apelo da clareira e das certezas da solidão.
O fósforo trás luz às trevas. Aceito a efemeridade do momento da lucidez, com o protagonismo que o sabor da descoberta trará. Se eu abrisse agora a boca, todas as palavras se precipitariam para a minha garganta, sufocando, como sufocada fica a lava de um vulcão, pela preguiça da que solidificou no percurso do seu destino...
Agradecer por não esperar... não desejo
Esperar não ter de agradecer... não ouso
Sim sinto... grato sinto por tal cortejo
Sim busco... busco compreensão e repouso.
P.S.: Gigante bondoso, inclino-me à mercê da tua descrição.
O fascínio pelos livros extravasou os muros físicos do meu mundo, pelas portas que abriam, pelas paisagens, realidades, culturas, condições humanas que são capturadas em simples palavras; frágeis em aspecto, fugazes em memória, mas perenes em conteúdo. Ao fascínio sucedeu a inveja, sentimento este de devoto reconhecimento e humildade pela alma que traça o percurso das letras, como Ele dá forma ao barro com as suas mãos. Criação soberba da fútil existência dimensional humana, perpetuada no lirismo de sentimentos comuns a impressões digitais universais.
Em êxtase afirmei-me capaz de seguir tal rumo, de trilhar tais pegadas. A sobriedade mostrou-me que o vento, o mar, os elementos eliminam as pegadas ainda antes de as ter visto; o meu passo não se coaduna, o esforço exaspera, a frustração instala-se, e sou projectado violentamente para o interior dos muros do meu mundo. Buggy jumping incessante até à exaustão, lapidação de uma rocha nua e fria, fermentação de ideias, escola de vivências, baú de sensações.
Nesta fase confesso-me confuso, o elástico está preso por fios e sinto que a próxima vez que me arremessar para fora dos meus muros, este romperá. A violência do regresso confortante é substituída pela incerteza de "figurar", sem paragens sequer para coffee breaks, numa forma de barro que eu mesmo moldei, num papel que eu rabisquei, nas palavras com que me aprisionei.
Encontrei um reconhecimento inesperado, uma pequena clareira de amistosidade genuína e de despretensiosa compreensão. O sentimento de curiosidade, a necessidade de aproximar dessa clareira, muito rapidamente deu lugar a um instinto arrebatador e primitivo de fuga, de criar pegadas em sentido contrário, numa distância que impõe um ritmo de corrida, que alguma vez pés humanos consigam juntar.
Fui buscar O Livro, abro-o aleatoriamente num reviver de um acto perdido no tempo e busco significados. Exercício curioso de resultados infalíveis...
Curioso... afastado que estava, em boa hora abrandei o passo. Uma força controlada mas persistente, aumenta o atrito no sentido em qual troteio, convidando-me suavemente a abraçar atracção que me impele em sentido contrário, com promessas de esforço nulo. A pegada esquerda afunda na parte posterior, a direita alonga-se na anterior; os braços seguram uma corda imaginária, erguida defronte de mim, debato-me num esforço insipiente de resistência, não às forças da física, mas às abelhudas curiosidade e vaidade.
A extremidade do elástico já não está dentro dos muros, mas bem para além do local mais distante que alguma vez fui arremessado. De onde me encontro, os muros guardam uma Lilliput e no extremo oposto Brobdingnag surge. Este Gulliver acorda em diversas praias e em cada uma delas vive uma existência diferente, desejando apenas expugnar as últimas células de Yahoo do seu organismo.
Levanto os pés, liberto a corda que tiranamente prendia e deixo-me subjugar à elasticidade magnética. Magnético é o movimento que me faz firmar os pés no solo como estacas. Movimento cessado a distância prudente, medida pelo compromisso de equilíbrio entre o apelo da clareira e das certezas da solidão.
O fósforo trás luz às trevas. Aceito a efemeridade do momento da lucidez, com o protagonismo que o sabor da descoberta trará. Se eu abrisse agora a boca, todas as palavras se precipitariam para a minha garganta, sufocando, como sufocada fica a lava de um vulcão, pela preguiça da que solidificou no percurso do seu destino...
Agradecer por não esperar... não desejo
Esperar não ter de agradecer... não ouso
Sim sinto... grato sinto por tal cortejo
Sim busco... busco compreensão e repouso.
P.S.: Gigante bondoso, inclino-me à mercê da tua descrição.
Eu inclino-me à eloquência das tuas palavras e á profundidade da tua escrita...
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