Mas... Como?! Não é inteiramente nova, todavia esta ideia invade o meu espírito. Já antes me questionei sobre os outdoors. Formulei várias teorias sobre a forma como surgem. Sim como surgem, que até hoje não me deparei com o simples acto da colocação de um outdoor e sem questionar, ninguém se afirmou como testemunha do crime. Durante a noite poderão dizer alguns; ok porreiro não sou nenhum vampiro invertido na alergia à ausência de luz, para nunca ter caminhado durante a noite. Inclinei-me para a hipótese de empresas com tipos especializados nas artes ninjas ou ex forças especiais, mas passada a bebedeira excluí a hipótese, todos sabemos que esses tipos estão num qualquer CNO a fazer reciclagem profissional, para enveredarem por uma carreira nas escolas, onde são efectivamente precisos. Devolvo-me à lógica infantil e encaro-os como árvores metálicas, numa floresta de betão; crescem em qualquer lado, algumas dão flores, poucas dão frutos...
Aceite a origem, debato-me agora com dois fenómenos, por um lado a crescente quantidade, por outro a decrescente qualidade. No percurso Via-sacra diária, já de si espinhosa e penosa, vejo agora a minha visão obstruída com enormes outdoors, que impedem uma prospecção de poucos metros que a vista alcança. Já por si só, esta dilaceração visual já era suficiente, o pior é o encandeamento provocado por tão horríveis flores... Poderia facilmente fazer um top10, mas escolho apenas 3. Assinalo em seguida as minhas escolhas...
Aceite a origem, debato-me agora com dois fenómenos, por um lado a crescente quantidade, por outro a decrescente qualidade. No percurso Via-sacra diária, já de si espinhosa e penosa, vejo agora a minha visão obstruída com enormes outdoors, que impedem uma prospecção de poucos metros que a vista alcança. Já por si só, esta dilaceração visual já era suficiente, o pior é o encandeamento provocado por tão horríveis flores... Poderia facilmente fazer um top10, mas escolho apenas 3. Assinalo em seguida as minhas escolhas...
Terceiro lugar

Segundo Lugar
"Meu Deus!" Deveria ter sido esta a expressão usada, mas não foi, simplesmente me arrepiei quando a vi... Para ser senhora e política em Portugal é preciso ter um contrato com a Loreal e destruir a camada do ozono. A tensão dos músculos que esboçam um sorriso, só comparável à expressão facial de quem leva um pontapé bem encaixado na masculinidade (não digo que os tenha, também não digo que não os tenha). A questão é bem simples, não é o aspecto estético que deve ser avaliado, mas que me resta: "Política de verdade" e uma mão amputada de três dedos?! É mesmo a esfinge que tenho de me focar. O que mais me intriga é o número de fotos que foram necessárias e as horas frente a um qualquer photoshop para chegar “aquilo”; se o ponto de chegada é este, como teria sido o de partida?! Até aprecio a postura e ideias da senhora, talvez esteja novamente a subir à portaria da minha escola secundária, de cabelo comprido, vomitando palavras de ordem por um megafone, para uma multidão de estudantes (ok, meia dúzia), contra as provas globais e os motivos pelos quais fechamos os portões naquele dia.
A grande vencedora

A grande vencedora

Resumindo, tudo vai mal. Deixem-se de coisas, plantem árvores que produzam flores e frutos como a que em baixo segue. Quero lá saber que os estudos digam que a publicidade deverá ser dirigida às mulheres, pois elas é que consomem. Está totalmente errado. Esta publicidade acalma os homens, os acidentes aumentam sem dúvidas mas o trânsito é menos agressivo, tudo anda feliz e sorridente; reduz o ruído e as buzinadelas, o excesso de velocidade passa à estória (todos queremos ver o máximo tempo possível). Ficamos felizes e relaxados, somos mais produtivos. As mulheres ao verem resultado, apressam-se a ir comprar lingerie igual e surpresa das surpresas, oferecemo-nos para ir junto, não resmungando nas trezentas e vinte e quatro lojas que ela pára antes, para desempenhar essa nobre arte das compras. Na loja nirvana, encontramos um daqueles cartazes em tamanho real da figura da publicidade e espumamo-nos de prazer visceral. Claro que a nossa não fica exactamente, melhor nada igual, mas com um toque de imaginação lá conseguimos exercitar a libido. Sem precipitações elogiamos, levamos a jantar ao italiano para comer aquelas pastas e gelados calóricos e ouvi-las resmungar que comem muito pouco e não emagrecem. Chegados a casa, depois de tamanho esforço mereceremos a recompensa...

Compreendo que tenham de existir algumas árvores feias. Por isso proponho algo que permita expressar o repúdio por elas. Todos os outdoors deveriam ter uma escada e um marcador próximo tipo IKEA, bem como alguns lugares de estacionamento próximos. Assim, depois de um dia de trabalho miserável em que digo sim senhor ao chefe e elogio a sua visão abrangente, quando engulo palavras como filho desta ou carvão do caraças, posso sempre estacionar o meu carro, agarrar um marcador, subir ao outdoor e desenhar uns cornos, uns óculos, pintar uns dentes de negro e fazer tudo o que a minha imaginação me suscita.
E o país andaria...
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