"Fizeste-me acreditar que era uma outra pessoa; alguém bom..." Renego-te, devolvo-te, não foste meu de o querer... Equilíbrio de forças, magnetismo de energias, compensação de sensações. Significados, definições:
"Espiritualmente, uma perda significa sofrimento, não revolta. Espiritualmente, quando atrais uma perda, a única coisa que deverás fazer é chorá-la. Fazer o luto dessa perda. Deixar partir. Com sofrimento, com dor. A dor do desapego vai fazer-te ficar mais sensível, mais conectado com as tuas emoções. Vai fazer-te ficar frágil, com a emoção à flor da pele. Vai fazer-te ficar com a sensibilidade aguçada ao máximo. E ter a sensibilidade aguçada é ter o Dom.
Resumindo: quando atrais uma perda é para ficares mais sensível, mais frágil, mais intuitivo, e é para exerceres o Dom. Com isto podemos depreender o seguinte: se o Universo apenas rearmoniza o que não está harmonizado e se quando envia uma perda é para que fiques mais sensível, quer dizer que o que estavas a emanar era o oposto. Provavelmente estavas a emanar a desconexão absoluta, a defesa, a racionalização e a necessidade de ser forte. Tudo coisas contrárias ao ser espiritual."
Sim a sensibilidade está cá, aguçada como o gume de uma lâmina de aço Victorinox que dilacera o meu âmago, mas está cá pelo Dom e não o inverso, has suposed to be. Sou um comprimido, um laxante de emoções, o meu papel resume-se a de uma antena, por mim surge o drama, a comédia, o optimismo. Por mim sentem, sem eu sentir.
Assombrado pelo espírito que me tem como hospedeiro, mas que de outros necessita para propagar a sua doença. Se doente é sentir, acordar, não renegar as emoções, então vírus que és espírito, não me assombres mas sim contamina-me.
Porque buscas aqui o que sou?! Porque segues mapas se tens à tua frente tudo o que precisas para lá chegares?! Senta-te, volta-te para o mar, sente a maresia no rosto, o sol perfumando a tua pele, agitando os teus cabelos com o calor que o vento sopra pelo teu pescoço. Enterra as mãos na areia, a sua rugosidade o ruído com que cada grão beija os teus dedos, enquanto caem no solo que é seu. Põe-te de pé ouve a voz que te chama, caminha segura, não osciles nos passos que sabes têm de ser dados, se sou eu que procuras, sou eu que encontrarás.
Estou conectado, sim estou. Perdi, sofro, estou revoltado, sim estou. Mas quero viver, quero sentir, quero apagar a revolta, rearmonizar o meu ser, porque também eu já estive sentado, também eu já segui a voz... Pelo que tenho a ganhar e não pelo que perdi, é o caminho que traço... Fácil fazer sentir, difícil fazer-me sentir.
Invade-me a melancolia quando da minha voz nada mais conheces que alegria e porém nas palavras julgas encontrar o contrário do que de mim ouves. Se assim o é, serei apenas um texto prostado na escrita, na fala? Paciência, certezas?! Amotino-me só de pensar num desaforo que põe à prova a convicção dos meus gestos, gestos nos quais participam mais do que palavras.
Nego-me à minha essência, sou apenas uma antena, um meio de receber a energia do Cosmos, estou aqui não é para mim, não é por mim. Por quem seja, por quem necessite, por ti, pelo mistério, pelo enigma, pela dúvida que te arrepia na incerteza que são tuas estas palavras. O meu luto nunca está feito, porque a morte que choro, não era nascido e já tinha ocorrido, essa não é tua de reclamar, mas sim são tuas as palavras e os gestos. Reclama-os ou deixa-me perecer uma vez mais, mas não te fiques pelas convicções ou falta delas e aceita, aceita-te, aceita-me...
Nego-me à minha essência, sou apenas uma antena, um meio de receber a energia do Cosmos, estou aqui não é para mim, não é por mim. Por quem seja, por quem necessite, por ti, pelo mistério, pelo enigma, pela dúvida que te arrepia na incerteza que são tuas estas palavras. O meu luto nunca está feito, porque a morte que choro, não era nascido e já tinha ocorrido, essa não é tua de reclamar, mas sim são tuas as palavras e os gestos. Reclama-os ou deixa-me perecer uma vez mais, mas não te fiques pelas convicções ou falta delas e aceita, aceita-te, aceita-me...
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