Um poeta, um só livro, uma obra, uma vida... Estes poemas organizados pós morte do seu autor encerram para mim um sentido único, as origens de um poeta. Pela inquietação, pelas buscas das técnicas e pela crítica que cada mudança de direcção que a escrita tomava, mostram um percurso de crescimento de um poeta.
Curiosamente fica patente que quando Cesário tenta causar impacto na sociedade literária da época é quando a escrita menos fascina e fica mais amorfa entre convencionalismos ditados pelas correntes. Libertando-se deste celeuma de desejo de se notoriar, a sua alma é enorme havendo lugar ao racionalismo da profissão herdada, com a paixão e beleza do mundo rural. Há ardor sem dúvida nas descrições, há chama de vida e presença de morte.
Toca-me imenso a mensagem e a devoção do amigo que publica o livro a título póstumo. Possa a morte levar-me e surja um amigo que reuna algo que assemelhe a uma obra e o publique, porque assim não terei fracassado.
A morte roubou o homem mas fez nascer o poeta, porque partiu na exacta altura em que se imortalizou pela obra...
A morte roubou o homem mas fez nascer o poeta, porque partiu na exacta altura em que se imortalizou pela obra...
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