terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Suspiros Improváveis

Sinto-me fugir
Sem nunca sair do sítio
Se me afasto cada vez mais
Porque não fujo?

Fugir correndo em direcção do nada
O nada é tudo o que me persegue
Vão pernas, fujam
Levem-nos daqui
Mas não por aí
Aí está aquilo que nos persegue
Aquilo, aquele... sou eu
Não nos entendem?
Fujam, levem-me convosco
Fujam, fujam de mim.
Prosto-me na inércia
De uma fuga sem fim.

Não abro a boca
Não quero, não preciso, não anseio
Abro os ouvidos, sim anseio, sim quero
Sou estrangeiro mudo, um entre iguais
Porque me sinto então desigual?
Nem aqui, nem algures
Imagens que me roubam imagens
Sonos que me roubam sons
Tudo destruo à ínfima partícula
Tal como mercúrio se agrega
Ganhando forma, a forma dela
De forma audível e bem visível.
Fujo...

1 comentário:

  1. Podes fugir de tudo e de todos, mas nunca de ti próprio, és o teu maior obstáculo... Mergulha dentro de ti e procura as respostas, descobre o teu eu.. A fuga, então, deixara de fazer sentido...

    beijinhos

    P.S. Acredita que te entendo...

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