Contorço-me no meu caixão quando uma cama me bastaria. Fujo da luz do sol, quando o sol é uma impotência, não a mas uma. Não sou fraco, não sou forte, mas preciso de algo que não é meu, para me manter afastado do fraco, nunca atingindo o forte.
Ser ignóbil, predador insaciável, caçador… É sobrevivência, é a verdade, é a justificação, é tudo e ao mesmo tempo não é nada, porque não preenche o vazio, não justifica a traição da minha humanidade.
Passeio-me entre os vivos,
Mas é morto que me sinto.
Sinto o que não entendo
e
Se não entendo como sei o que sinto?!
Se choro, se rio, se fico apático
Se faço chorar, se faço rir, se levo à apatia…
Busquei incessantemente em mim, busquei noutras coisas. Viajei, li, experimentei prazeres, provei dores, fiz tudo fingindo que vivi e… E olho para o meu lado e não entendo o que é aquele sorriso, o que é aquele desprendimento da razão, o que é afinal aquilo, aquela pessoa, o que faz aquilo naquela pessoa, e na outra, e naquela, e em nesta, e em todas. Em todas não, porque eu pela oposição do sim permaneço neutro.
Acerco-me, conheço, furtivamente teço uma estratégia, entro na mente… Conquisto, experimento, tenho a mente aberta à minha frente, simulo situações, estimulo tristeza, promovo felicidade, luxúria, gula, avidez e qualquer outro pecado capital; faço-o e observo a emoção que dali surge e como deve surgir. Canso-me daquela mente, fecho a pessoa e desfaço-me dela.
Por imitação vivo fingindo viver, apenas imitando as reacções que observara antes. Esgota-se a energia roubada e sem apelo vence a instinto de sobrevivência, nova vítima…
Porque me tiraram da minha gruta? Porque insistem em me chamar? Espetem-me uma estaca no coração, porque não será em mim que espetarão, procurem quem dele me roubou e desfaçam-no, não à pessoa que mais não foi como vítima, mas a ele, a ele coração e que com ele eu me esfume.
My place is rigth by your side... I don't belong any where! Where are you Gollum?
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