Surgem ideias em catadupa e deixo que a torrente seja levada por mim. A questão não é tanto quem leva mas mais o que é levado e o que tem a importância é por ora indecifrável.
Elos - Rasguei um elo, quebrei-o, o Mar O levou. Caixão divino e poderoso, senti que O aprisionou, O tomou nas suas garras e engoliu. Com ele, engolido foi este sentimento que me esmagava, atormentava e toldava a visão. Quebrou-se, foi, fiquei eu, o fim e o início, um ponto de viragem.
Retrospectiva literária - "Sombra de quem fomos", "Antes de nos encontrarmos" e um qualquer vomitado de sentimentos num formado designado livro de poesia. O primeiro, uma manifestação suprema de absorção atónita em que fiquei limitado a devorar página por página. usa e abusa de prolepses e analepses, constrói e destrói, cruza estórias e afasta-as em seguida sendo impossível anteceder um final, sendo capaz de fechar numa moldura maior um sem número de pequenas estórias, bastante díspares mas que em conjunto constroem um cenário incrível. O melhor do estilo cinéfilo "pulp fictionário". O segundo, construção sólida, expressiva, descripcionalmente incrível de duas personagens, separadas por espaço físico, percurso de vida e fados. Aplica a teoria de caos de uma forma sublime mas camuflada para explicar o inexplicável e originar uma confluência de duas forças opostas que criam harmonia. Mais que uma estória de amor, uma mensagem de esperança e um pontapé no traseiro à teoria que depois da tempestade, vem a tempestade, mas alicerçando no ditado popular que diz, "antes de melhorar ainda piora". Ditados e teorias de uma só autoria... O Vomitado, exercício de egoísmos personificados em palavras aparentemente indecifráveis e perdidas. O aparentemente apenas aparenta uma lição que já aprendi e me abriu os horizontes, esqueço o que procuro e permito-me ser encontrado. O holograma está lá e a espaços vislumbro sendo o arrebatamento excepcional. Próxima semana: "Quarteto para as próximas chuvas", "Ponto último" e "O anel do poço". Em tudo os títulos me unem.
Velhos hábitos - Uma coisa são o que as análises demonstram, o que eu escolhi sentir, outra qualquer completamente diferente sendo o meu organismo o meu maior aliado, nego resultados óptimos. Nada como retomar o exercício físico, entregar à orgia capitalista de compras materializadas em necessidades mais ou menos necessárias, comprar preservativos e preparar-me para prostituir um sonho.
Novo projecto - Atravessar o Atlântico, replicar soluções técnicas de raiz, seguir o rasto de Magalhães, não essa personagem infame que serviu a corte espanhola, mas o aglomerado de chips e abraçar o desconhecido na Venezuela. Seria fácil fugir, é um sonho, é um desafio pessoal, humano e profissional incrível. Dinheiro não é questão, do meu lado é, do outro nem assim tanto logo compatibilidade de ideias. Que faço? Protelo qualquer decisão, afinal de contas comprei preservativos...
Sou assaltado, fui violentado. Por não ter bens materializáveis fui punido com um turbilhão que origina um mesclado de ideias. O homem pensa, o homem sonha, eu sou homem logo não preciso de Platão para que me digam que sonho e penso. Sonho e penso ideias, ideias que não traduzo em sentimentos, não sinto, escolhi não sentir, preservo-me...
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