Muitas são as imagens, reportagens, sons e todo o tipo de bandeiras que acenam na memória e trazem o tema à realidade.
Recordo-me, recordam-se todos de certo, de uma reportagem talvez sic/visão, talvez TVI quem sabe. Um supermercado em Lisboa, um grupo de desafortunados, hora de fecho, a noite, sempre pela noite... Dias certos da semana, a mesma rotina, o mesmo circuito, as mesmas pessoas. Sai caixote de lixo, avançam hierarquicamente as pessoas, vence a idade, o sexo, a força e lamenta-se a senhora idosa portuguesa pela excessiva violência dos homens do leste. Tremor de terra nos media nos dias que se seguiram, o habitual pseudo celeuma da ânsia do domínio do share. Tudo passa, eram só tipos do leste e a senhora idosa provavelmente já faleceu, pudera já não tem idade para enganar a morte.
Um tempo mais tarde, sem precisão Suíça, nova reportagem ou vídeo via net, com a mesma imprecisão me recordo. Cenário diferente, mudam os intérpretes, muda de drama a expressão vanguardista. Uma espécie de Dumpster Diving dos tempos modernos. Nova Iorque, ou se preferirem New York, tudo jovens genuínos americanos (seja lá o que isso for), bem vestidos em trapos e em semblante aprimorado, num desfile por avenues bem iluminadas, ostentando tesouros em sacos de plástico. Confuso, escuto a justificação, combatem contra o esbanjamento de comida, protegem o ambiente e poupam uns cobres que depois gastam em cultura e ideais mais sublimes. Efemeridades ditadas pela moda...
Um email, uma curta metragem, imensos sorriso no final, protegidos pela distância física e temporal que só a curta metragem desvanece. No presente, deste lado, a tensão do sentimento de culpa e uma amálgama de sensações de desconforto instintivo, que a condição humana desta vez não apaga. Furto-me, de mim mesmo, mas sem redundâncias, o direito, melhor o dever, de comentar porque rotular um simples sorriso, o sinal da cruz, a bondade, o desprendimento, o significado, a insanidade consumista; tudo misturado numa ordem lógica que vai para além da partitura que o Criador concebeu. Fale a Eva, fale Adão, fala tu mesmo serpente, qual achas que é o paraíso?!
Recordo-me, recordam-se todos de certo, de uma reportagem talvez sic/visão, talvez TVI quem sabe. Um supermercado em Lisboa, um grupo de desafortunados, hora de fecho, a noite, sempre pela noite... Dias certos da semana, a mesma rotina, o mesmo circuito, as mesmas pessoas. Sai caixote de lixo, avançam hierarquicamente as pessoas, vence a idade, o sexo, a força e lamenta-se a senhora idosa portuguesa pela excessiva violência dos homens do leste. Tremor de terra nos media nos dias que se seguiram, o habitual pseudo celeuma da ânsia do domínio do share. Tudo passa, eram só tipos do leste e a senhora idosa provavelmente já faleceu, pudera já não tem idade para enganar a morte.
Um tempo mais tarde, sem precisão Suíça, nova reportagem ou vídeo via net, com a mesma imprecisão me recordo. Cenário diferente, mudam os intérpretes, muda de drama a expressão vanguardista. Uma espécie de Dumpster Diving dos tempos modernos. Nova Iorque, ou se preferirem New York, tudo jovens genuínos americanos (seja lá o que isso for), bem vestidos em trapos e em semblante aprimorado, num desfile por avenues bem iluminadas, ostentando tesouros em sacos de plástico. Confuso, escuto a justificação, combatem contra o esbanjamento de comida, protegem o ambiente e poupam uns cobres que depois gastam em cultura e ideais mais sublimes. Efemeridades ditadas pela moda...
Um email, uma curta metragem, imensos sorriso no final, protegidos pela distância física e temporal que só a curta metragem desvanece. No presente, deste lado, a tensão do sentimento de culpa e uma amálgama de sensações de desconforto instintivo, que a condição humana desta vez não apaga. Furto-me, de mim mesmo, mas sem redundâncias, o direito, melhor o dever, de comentar porque rotular um simples sorriso, o sinal da cruz, a bondade, o desprendimento, o significado, a insanidade consumista; tudo misturado numa ordem lógica que vai para além da partitura que o Criador concebeu. Fale a Eva, fale Adão, fala tu mesmo serpente, qual achas que é o paraíso?!
http://www.cultureunplugged.com/play/1081/Chicken-a-la-Carte
Não posso esquecer, não quero recordar, no entanto vivo-o. A precisão aqui é total, sei onde, sei como e sei porquê. Pudera, vejo-o todas as semanas sem vídeos, sem televisão sem internet. Não é em Lisboa, não é em New York, nem cabe na curta-metragem. A cidade é a que escolhi como minha, as pessoas que me cruzam na rua. A crise retira o disfarce, afasta a vergonha, os carros aglomeram-se à espera; a polícia passa, não é ASAE que motivo para intervir?! Chega a comida, ordeiramente cada qual recolhe o que pretende, sem olhar a quem está ao lado e muito menos a quem passa. Ali mesmo ao lado, um palhaço sentado num banco de jardim, volta costas e sorri de frente para os carros que chegam, param e gritam pedidos para uma caixa metálica.
Sinto-me enjoado, não pelas pessoas que apanham comida menos boa ou lixo melhor, mas pelo cheiro a hambúrgueres que vem da beira do sr. mac palhaço. Uma fila aumenta, outra diminui, amanhã cruzo-me com as pessoas na rua e não sei em que fila estiveram. Não me interessa, não me obstrui a consciência.
Aqui tão perto...
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