sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O Penoso Ruído do Silêncio

Como pude esquecer?!

Emaranhado de pensamentos que precipitam numa turbulenta sensação de desconforto, confortado na sensação de segurança, atingida pela distância dos acontecimentos...

O poder do silêncio é enorme comparado com torrentes de palavra sem nexo, que são despejada apenas porque somos capazes de o fazer. Como se isso fosse um poder capaz de nos colocar do lado dos X-man.

O silêncio invade-nos a alma, afunda tudo em nosso redor numa pintura esbatida surrealista, que aliás sempre o foi. Pessoas, objectos inanimados, seres vivos... Tudo uma mescla de cores esborratas como maquilagem no rosto de um Deus que chora pelo insucesso da sua criação e pela traição do seu sonho idealizado!

Sinto-me invadido por esse tirano. Não tenho maquilagem porque a minha morada não é no Olimpo, mas sim tenho sonhos. Preciosas e imensas são as horas com total abstração de palavras proferidas e não escritas, mas não tem importância, nem tomo consciência do facto.

Decorreram 5 anos, de mais de 5 anos de uma outra vida que não requereu morte e nascimento. Um novo ser toma forma neste mundo. Conciliam-se recordações de tardes de brincadeira desprovida de maldade e preocupação, com a imagem de uma criança no colo. Analepse para os 5 anos e para os motivos do fracasso. Aquela criança poderia estar num outro colo... Prolepses no espaço e no tempo, com transporte da mente para um presente futuro que deveria ser o meu, mas que não o sinto como tal.

Não gosto do que este silêncio me diz, por isso vou experimentar falar...

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