O sorriso é sempre o mesmo, quando um livro amolga vigorosamente a resma de papeis inúteis que enche a minha caixa de correio e esvazia um entusiasmo ridículo de encontrar algo mais que publicidade ou contas. A minha dealer, a minha fada dos livros, deixa o meu tesourinho e sempre, mas sempre, deixa um bilhetinho com palavras simples, porque simples é a chave que abre a alegria ansiada.

O livro que terá o prazer de abrir este diário, merece a honra porque enorme foi o prazer que me oferendou. Começando pelo livro material, extremamente gasto, folhas amareladas, amarrotado, de textura macia de centenas de dedos que as tocaram, por vezes numa fúria incessante por devorar página sobre página tentando descobrir o que acontecerá, outras vezes vagarosamente sorvendo cada estímulo e prazer do que retira.
O livro, o autor, Paulo Coelho, O Alquimista, a ordem errada a fórmula certa. Este autor há muito deixou de pertencer à minha escolha. Não porque não goste, mas porque rock stars não podem ser bons escritores, nem o inverso. Preconceito talvez, mas não o impinjo, é apenas meu. Sempre numa toada espírita com a qual me revejo, tenta encontrar significados para ânsias "auto-humanas", seguindo uma linha de auto ajuda, retirando qualquer significado.

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