segunda-feira, 1 de março de 2010

Farol de Sonhos

É noite, são noites. O singular e o plural, um só e todos. O começo não importa o final esse sim marca a diferença. Adormeço com a sensação de estar incompleto, acordo com o desejo, a vontade de ser melhor e mais além e atingir o equilíbrio e harmonia...

É como mergulhar num oceano azul turquesa. Está mesmo ali à frente, ao alcance do braço, mas estendemos e não tocamos, não atingimos, mão cheia de nada. Assim fecho os olhos sem que o ritmo cardíaco se tenha ajustada a um embalar discreto e suave, sem que os músculos atinjam níveis de relaxamento fluídos... Acordar pesado, ânimo inexistente e arrastar anímico dia fora.

Desperto em sintonia com o telemóvel que berra umas quaisquer notas de um slogan publicitário. A velocidade com que me levanto nada se compara ao sorriso que exibo no rosto. A viagem serve de retrospectiva para a sucessão de eventos que conduziu a tal despertar. A memória permite regressão até a um ruído "oco", de frequência aguda que se desvanece com um período harmonizado. Um farol...

Ouço-o. Não é para mim que ele lá está. Ele estoicamente luta contra sereias que atraem vertiginosamente marinheiros incautos, ao fim do mundo, ou pelo menos das vidas deles. Ingenuidade minha pensar em sereias...

Foi ele, certamente foi ele... transportei-o para outra dimensão e como gratidão, este conduziu-me, orientou-me e deu-me esperanças na mais temerosa das tempestades. Assim vivo os sonhos essa noite. Não me recordo, não preciso, ele sabe. Quando o ouço fecho os olhos e deixo-me embalar, deixo a respiração abrandar, os músculos relaxarem e deixo-me guiar como nunca...

Parto ousadamente em direcção ao desconhecido porque ele me trará sempre de volta a casa!

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