sábado, 17 de outubro de 2009

Hemodiálise de Amor

O chão foge-me debaixo dos pés a uma velocidade superior à que corro para chegar a solo firme. Perco a esperança, quando é tudo o que tenho de manter, sinto-a abandonar-me quando deveria eu partir.
À distância de um esforço. Talvez se me esticar, talvez se saltar, talvez se me esforçar eu lá chegue. Salto, uma e outra vez, chegando mesmo a tocar. Salto incessantemente e a sensação de estar mais próxima é facilmente ultrapassada pela evidência que o cansaço me vence. Longe vai o momento que toquei o que desejava. Olho para a mão e todo o resto do meu corpo tem inveja daquela superfície de pele que teve, ainda que por breves instantes, contacto com o que mais desejo. Procuro um odor, procuro, uma textura, uma evidência nas mãos que me comprovem que toquei mesmo, não importa por quanto tempo, mas simplesmente que toquei. Preciso saber que existe mesmo, preciso saber que lá estará. Se ao menos eu saltasse mais alto...
Hemodiálise de amor, uma necessidade. Não tem verbo a afirmação; ser ou ter não sei, mas preciso. Preciso, 5 vezes pronunciei esta palavra até agora e muitas mais preciso de repetir, quando dar é o que eu quero. Preciso, 7 vezes, tirar cada molécula impura de dentro de mim. Cada átomo que me destroi, cada electrão que me impede de saltar mais alto, de acreditar que lá chego e mais importante, que existe mesmo o que preciso. Só aí no lugar do que sai, poderá crescer algo. Até lá preciso de fugir das setas do "escupido" esse cruzamento de estúpido com um cupido. E 9 foram as vezes que precisei, sem no entanto por aí terminar.
"I don't want it no more. Now that i see no escuses for what was gone before this all that i new. Now that you say we are not the same, any way, any way i don't want it no more. No more tears. No more lies, no more keeping things inside, no more pain.Time over takes time, the world is a mystory, look who is missing now. I can't back no more. There's a big part of me that you think you can see the things that you know..."

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