terça-feira, 28 de outubro de 2014

Medo

Ancestral sofridão e demonstração de fragilidade animal. Medo de tanto, medo de nada, medo de sentir, medo de viver. Porque terá surgido? Como surgiu?

 
Dor, ódio, falta de amor, repúdio, sofrimento, angústia, desilusão, perda, solidão, choro, fragilidade... Tudo pedras arremessadas à fundação do individuo ameaçando-o fazer ruir, numa devassidão que suprime todo o desejo, toda a cor, toda a coragem.
 
 
Tão pouco é preciso fazer para afastar o medo, mas tanto mais o faz regressar. Desequilíbrio de ações que se traduz num absurdo duelo entre o passo em frente e a rendição figurativa à posição fetal.
 
 
Rosto que te toldas perante o medo
É de um abraço que precisas?
Um beijo talvez, ou nada quem sabe
Ofereça o pobre aquilo que não tem
Porque gozas tu coragem o medo?
Tu que estás só, ele que tem tanta companhia
Eu, tu, ele, nós, vós, eles - todos
Todos temos medo de algo, medo de ter medo
É isso o medo - somos nós!


In Letras do Olhar 06 de Junho 2014

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