segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Partir

Ver-te partir! Doce agonia na imperfeição de um ato perpetuado em demasiadas repetições. Partes porque te pedi, partes porque este não é o tempo, nem o local. E a pessoa, serei eu essa pessoa?

Mas que importa se sou eu ou não a pessoa?! E tu, és tu a Pessoa? Não és pois não? Não me posso enganar novamente.

O frio pela ausência de todas as coisas que antes me assustaram e agora me atormentam por nada mais serem que silêncio.

Sinto medo do que busco e o que encontro assusta-me ainda mais. Impercetível ironia que pouco me diz e muito me destrói, no que me faz sentir.

Nenhum lado a que pertencer, ninguém para amar, propósito algum para abraçar. Verdadeiramente à deriva num palco de sombras que persigo como se das cores mais brilhantes se tratassem.

És mais uma sombra e ao ver-te afastar, ao ver-te partir estou certo que se num derradeiro gesto esticar a mão para te agarrar, nada mais sentirei nas mãos que os dedos a tocarem-se, pois a minha inquietação não tem forma.

Entre linhas deambulo tentando capturar esta inquietação, mas estas palavras desprovidas de sentido e alma, são mais uma sombra que se recusa sair. Peço-te por favor sai, por favor parte...

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