domingo, 11 de maio de 2014

Toque de Midas

Tudo, tudo o que toco! Estranho dom, estranho talento. Não o pedi, quanto mais desejei.
 
Enquanto calcorrilho os recantos do meu eu interior, buscando respostas para esta inquietude, prostro o olhar perante o recanto das promessas. Duas obras, dois livros, juntos entre várias dezenas, num qualquer questionável capricho dos acontecimentos aleatórios. Um intitulando-se "Ser feliz", o outro "Sinto muito!"
 
Posso eu ser feliz, se apenas deveria desculpar-me, lamentar e rogar pois não o desejei, não o pedi, nem sequer o quis. Mas tendo-o queria trazer algo, transformar algo, algo precioso...
 
Há transformação, há brilho, há mudança, há algo. Talvez tenha de facto alguma sombra talento, talvez seja um dom. No entanto não me alimenta, não me preenche, não me faz feliz. E, e não sei reverter, e choro, encolho-me afasto-me, isolo-me!
 
Mas preciso alimentar-me, preciso preencher este vazio, preciso de acender uma réstia que seja de felicidade. Preciso, o que não posso precisar, não posso, devia saber melhor. Sinto Muito!
 
Queira algo ou alguém, num qualquer tempo que me possa tocar e curar, ou então padecer porque aí se feliz não me sentir então nada sentirei. E aí...
 
E aí... Quando a minha vez de ser enterrado chegar, fiquem as orelhas de fora para que a estória se saiba. As ideias desfalecem-se perante mim, alguma quietude se aproxima, numa devassidão amordaçada.
 
Para eu, não para ti, é para eu, de mim, para eu. Mas que porcaria tu és!

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