domingo, 25 de maio de 2014

Convite endereçado

Tanto se perde nas reticências... A necessidade, o desejo e a rendição somam-se em suspiros na viagem a que sou transportado.

Queria saber render-me, desejar e sentir necessidade de estar contigo a qualquer hora, em qualquer lugar. Contigo apenas contigo!!!

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Saldo de comunicação

Dois telemóveis duas vias abertas, sem qualquer controlo de indivíduos que irrompem quando, como e onde desejam. Um pessoal, outro profissional, um sem saldo, outro com saldo inesgotável. Estranha incoerência perante o desejo de viver outras realidades.
 
Palavras simples, mas como raio encontrar palavras simples para pensamentos, sentimentos, essências não tangíveis. Não disse ser uma pergunta, mas não sei ter sido uma afirmação, simplesmente o é, existe e a palavra é de patética simplicidade.
 
Existir entre dois planos, o que somos e o que desejamos ser. Entre a realidade e a expectativa. "Não é pessoal e não estou a questionar o empenho e o ensejo por realizar tal tarefa..." Meto-me nojo, nesta prostituição não de princípios, não de ideias, não de convições, mas de nada. Nada, mesmo nada e a verdade ""esgotas-me, cansas-me, fazes sobressair em mim os monstros escondidos, não te quero ver"". Duplas aspas para uma citação não dita no passado, desejada neste presente e certamente sem futuro. E ele foi-se...
 
Foi este mas tantos há por ir, pois o monstro tem de ser acorrentado, silenciado, anulado...
 
Não ligo porque não posso de outro modo teria-o feito. Não requer citação, não requer aspas, não requer nada. Estou sem saldo, não posso comunicar. O monstro está pacífico, acordará pelo ruído crescente em meu redor. Palavras, frases, com e sem sentido. Escuto e escuto e escuto. Tento falar, tento... É pessoal, não comunico, não sinto o meu empenho já desisti!
 
Procuro sim, o quê não sei. Passo a vida à procura sem saber o que me falta! Alguém me ouve?!

domingo, 11 de maio de 2014

Toque de Midas

Tudo, tudo o que toco! Estranho dom, estranho talento. Não o pedi, quanto mais desejei.
 
Enquanto calcorrilho os recantos do meu eu interior, buscando respostas para esta inquietude, prostro o olhar perante o recanto das promessas. Duas obras, dois livros, juntos entre várias dezenas, num qualquer questionável capricho dos acontecimentos aleatórios. Um intitulando-se "Ser feliz", o outro "Sinto muito!"
 
Posso eu ser feliz, se apenas deveria desculpar-me, lamentar e rogar pois não o desejei, não o pedi, nem sequer o quis. Mas tendo-o queria trazer algo, transformar algo, algo precioso...
 
Há transformação, há brilho, há mudança, há algo. Talvez tenha de facto alguma sombra talento, talvez seja um dom. No entanto não me alimenta, não me preenche, não me faz feliz. E, e não sei reverter, e choro, encolho-me afasto-me, isolo-me!
 
Mas preciso alimentar-me, preciso preencher este vazio, preciso de acender uma réstia que seja de felicidade. Preciso, o que não posso precisar, não posso, devia saber melhor. Sinto Muito!
 
Queira algo ou alguém, num qualquer tempo que me possa tocar e curar, ou então padecer porque aí se feliz não me sentir então nada sentirei. E aí...
 
E aí... Quando a minha vez de ser enterrado chegar, fiquem as orelhas de fora para que a estória se saiba. As ideias desfalecem-se perante mim, alguma quietude se aproxima, numa devassidão amordaçada.
 
Para eu, não para ti, é para eu, de mim, para eu. Mas que porcaria tu és!

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Agonias do meu ser

Hoje senti:
Pensar em ti faz-me sentir tão só, quando julguei que tudo o que necessitaria como companhia seria a minha solidão!
 
Depois pensei:
Sinto que a minha solidão como companhia é absolutamente e simplesmente tudo o que preciso!
 
Incoerências, dicotomias, agonias do meu ser...

quinta-feira, 1 de maio de 2014

O final

Sentimentos constituídos de finais. Começos desconhecidos em despropósitos de razões. Motivos disfarçados com o único e só objetivo de terminarem, de transportarem ao fim, num perpetuar esgotante de ações sem propósitos.
 
Sim é bom, sei-o, sinto-o. Êxtase incomodado com a inquietante sensação de engano, de equívoco. Mas é bom e anseio que termine, só no final saberei que é bom. No final é bom mas termina, termina e o sentimento açambarca totalmente um ser, num colete de forças que sufoca e fere a mente, como um cilício atroz.
 
Tem de terminar, é bom e por isso tem de terminar. É muito, é demais, é portanto demasiado. Não há sentidos - visão, audição, tato, paladar, olfato, que processem tudo. Não há onde armazenar, não pode ser consumido. É bom, tem de terminar porque é bom.
 
O final nunca é o fim. E depois, e depois do final? Depois do final, bem o início...