terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Fragilidade das palavras

Sozinho na companhia das palavras que escolhem ignorar-me, desprezar-me talvez. Ainda assim a melhor das companhias.

Mentira, não é verdade. A verdade é que me preferia a mim de companhia. Não este eu desprovido de cor, entusiasmo, de vida... Mas o eu que preenchia as reticências com continuidades de paixão, espírito, alma.

Pronto, estou sozinho. A ausência do eu que fui origina-me pânico.

Olho para o relógio e... Desejo que cá estivesses. Confrontado com os ponteiros que são agora números, deixo-me saber que se aproxima a hora de chegar e... Desejo que nunca cá chegasses! Tu chegas e eu não posso estar comigo.

Mas que porra, que revolta, que incompreensão... "Tu estás tão sozinho, és tão só". Que péssima companhia das palavras...

Queria dizer hoje o adeus, queria abraçar-te juntinho a mim... Antes de pedir-te desculpa, creio ter de me desculpar. Tenho de dizer-te o adeus, tenho de combater o receio, o pânico, a fraqueza. Tenho de não me forçar a viver, só para poder viver.

Perdido, só e encontrado na companhia das palavras. Palavras essas que não me dizem nada, nem me ajudam a que algo lhes diga. Com mentira digo a verdade e sim vocês são a minha melhor companhia

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