sexta-feira, 24 de maio de 2013

Pétala

Espero o silêncio, abraço o conforto. Cai a pétala, sim ela cai. Observo o movimento inesperado; passado como se fosse presente. É único mas banal, simplesmente especial porque vi o passado no presente, estava silêncio e havia conforto.

Mas terei mesmo visto?! Ainda formulo a questão na minha mente e responde-me audível o pássaro. Sim diz ele, sim... Porque haveria ele de dizer algo mais que isso, naquele momento. E pronto fiquei a saber!

Olho para lá em busca da compreensão e peço-lhes que caiam, mais uma vez caiam. Nada acontece... Formulo uma pergunta, mais uma e mais uma e nem o pássaro responde.

Para saber teria de ver o futuro, mas apenas vejo o passado. Neste exercício temporal esqueço uma vez mais o presente, este momento que parece nunca ser meu.

Mas ela, a pétala sinto que enfraqueceu o casulo. Uma centelha de luz irrompe e beija-me o rosto. Estremeço de dor, a dor de pressentir algo que tanto ansiamos mas que nos magoa por ser tanto simultâneamente. A mente reverte o entorpecer e num vigor a chama, ela a chama arde fraca, sem força, sem calor mas arde em mim...

Soma-se mais um dia mau, mau apenas porque o cito como mau à falta de reconhecer o bom. Soma-se mais um, mas ela, ela a pétala trouxe-me uma réstia de esperança. É cedo para sair do casulo, mas avizinha-se o tempo de o fazer e as asas estremecem debilitadas de entusiasmo!

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