Espero o silêncio, abraço o conforto. Cai a pétala, sim ela cai. Observo o movimento inesperado; passado como se fosse presente. É único mas banal, simplesmente especial porque vi o passado no presente, estava silêncio e havia conforto.
Mas terei mesmo visto?! Ainda formulo a questão na minha mente e responde-me audível o pássaro. Sim diz ele, sim... Porque haveria ele de dizer algo mais que isso, naquele momento. E pronto fiquei a saber!
Olho para lá em busca da compreensão e peço-lhes que caiam, mais uma vez caiam. Nada acontece... Formulo uma pergunta, mais uma e mais uma e nem o pássaro responde.
Para saber teria de ver o futuro, mas apenas vejo o passado. Neste exercício temporal esqueço uma vez mais o presente, este momento que parece nunca ser meu.
Mas ela, a pétala sinto que enfraqueceu o casulo. Uma centelha de luz irrompe e beija-me o rosto. Estremeço de dor, a dor de pressentir algo que tanto ansiamos mas que nos magoa por ser tanto simultâneamente. A mente reverte o entorpecer e num vigor a chama, ela a chama arde fraca, sem força, sem calor mas arde em mim...
Soma-se mais um dia mau, mau apenas porque o cito como mau à falta de reconhecer o bom. Soma-se mais um, mas ela, ela a pétala trouxe-me uma réstia de esperança. É cedo para sair do casulo, mas avizinha-se o tempo de o fazer e as asas estremecem debilitadas de entusiasmo!
sexta-feira, 24 de maio de 2013
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Descoberta em discurso indireto
adoro escrever
sinto-me especial
nao o faço por ninguem faço-o por mim
construo e desconstruo mundos
vivo neles pelo tempo que quero,
quando quero e com quem quero
agora não consigo?
fico orfão de lugar não para estar,
mas para ser, para ser eu,
o eu que não mostro.
é o que sinto falta, falta de mim,
falta de quem fui,
julgando que seria no futuro,
quando fui no passado.
FALTA DE MIM!!!
segunda-feira, 6 de maio de 2013
Novos ângulos
Numa memória efémera, própria daqueles que inconsequentemente se debatem com uma mente repleta de humores infelizes, penso... Penso ou sinto, não sei! Sinto, ou penso sem sentir: a vida é cheia de ângulos que julgo nunca terem sido vistos e ao mesmo tempo repleta de banalidade, que mais vale fechar os olhos e mais não ver desta forma pensada...
Mas então, então o que não está a correr mal, também não está a correr bem! Sinto... Sinto ou penso, mais uma vez não sei! Penso, ou sinto sem pensar: esta dormência dos sentidos tal qual membros adormecidos que não nos permitem caminhar ou segurar objetos devidamente, está a definhar-me mas está por breves momentos o seu fim. No fim, o desaparecimento dos demónios que Descartes descrevia, os ângulos serão realmente únicos e banalidade um monstro extinto.
Que chegue a consequência da vida!
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