Estranha esta harmonia que me traz num estado alienado. Perco tempo a analisar, tempo esse valioso para sentir. Conjugação de fenótipo e genótipo, num só estado de alma, dos dois lados, o de fora e o de dentro. Pareço o que sou, e sou o que sinto.
É como se a ilha por momentos tivesse uma ponte e essa ponte dois sentidos. Essa ponte já existiu, mas só me levava, não os trazia. Agora vêm até mim, até ao meu espaço e não me sinto despido, não me sinto exposto. Sinto-me sim curioso e demasiado desperto para sentir o doce conforto desta sonolência emocional, que me ameaça adormecer os sentidos.
Como que caminho no fio da navalha. Acrobacia de circo que me mantém no topo mas não afasta o que parece inevitável - a queda. Por palhaço que me tomo, no solo encontraria o meu meio e entre olhares para o alto, encontrava na sombra do campo de visão, o descanso e o anonimato que sinto o mais valioso dos meus tesouros. Agora olham no mesmo sentido, mas se o palhaço está no chão e eu cá em cima, significa que agora sou acrobata. Se sou acrobata as luzes estão sobre mim e as sombras parecem-me o doce embalar do conforto e o calor do peito materno, à distância da idade adulta que nos rouba o direito de sonhar sem a maldade.
Pergunto-me qual o meu problema. Parece tudo tão fácil, uma rede de segurança, uma ponte, tudo tão fácil... E no entanto qual o meu problema?
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