sexta-feira, 28 de maio de 2010

Estória sem História

Uma estória que se conta mais pelo que não foi propriamente, do que pelo que foi. Ultrapassou-me a banalidade e esgueiramos-nos ao convencional e ao despropósito do que seria natural ser. Sendo-o, seria extraordinário e sim por diversas vezes o pensamento me inundou a mente e corpo, ao ponto de o desejar intensamente. Desejo que mais não serviria que satisfazer um capricho; mais um troféu na sala já de si repleta em que ao invés de esmero no tratamento, o pó se acumula.

Sim sorrio, sim de corpo e alma, mente e corpo, sim sorrio e sorrio por ti, sorrio por nós. Belo o caminho, bela a memória, atrapalhada e surpreendida a voz, delicioso o folar, extraordinárias as palavras, imensas as partilhas.

Talvez o nosso percurso tenha seguido caminhos separados, mas na verdade nem se cruzaram. Olha para o lado que seguiste tomar e vejo pegadas decididas, confiantes e felizes. Com confiança sigo o meu, pela certeza do teu...

"Enquanto não soube ao certo o que seria ou por onde iria, tu ajudaste-me a olhar em frente. Ofereceste-me em palavras o conselho embrulhado em dicas silenciosas, que me fez agir. És um dos responsáveis pela felicidade que acabei por encontrar. Hoje sorrio, hoje canto, hoje amo de verdade e sei que hoje tu sorris por saber como eu me sinto. É por isso mesmo que não podia deixar de te desejar um FELIZ ANIVERSÁRIO! Pela palavra amiga de um dia, fica o meu muito obrigada e os votos sinceros de uma vida longa e muito feliz!"


sábado, 22 de maio de 2010

Associações perdidas

É tarde eu sei. Tenho sono, sim o corpo diz-me. Não tem interesse, ok também é verdade, mas o que são verdades para além de notícias seleccionadas pelos media?!

Porque raio nunca vi alguém a limpar chaminés?! Porque há tantos autocolantes amarelos anunciar limpeza de chaminés em plena primavera quase a iniciar o Verão?!

A minha teoria, de nada importa, mas qual a importância?! Gays tudo gays... É legal mas a clandestinidade ainda movimenta adrenalina. Sem sujidade?! Significado muito óbvio...

Num dia, para não dizer semana, de pasmaceira sensorial apenas me apraz registar isto, o que já não é mau! A estória sem estória muito em breve. Sono muito sono...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Masturbação de ideias

Está lá o desejo, o entusiasmo a emoção... É inadiável, algo impele a que seja feito, algo natura só possível concretizar de uma forma anti natura. Masturbação de ideias, de emoções, de linhas ejaculadas sem sentido, quando a falta de simbiose entre o ser e o eu, impossibilita uma relação harmónica.

Mas tenho, preciso... Vigorosamente primo os dedos contra as teclas, buscando um ritmo, uma harmonia a dois que não existem. Sinto-me chegar próximo, mas nunca me acerco. Faço um esforço, cerro os olhos, imagino o fruto do desejo e sinto novo vigor, nova coragem de avançar. Sinto próximo o orgasmo, mais vigor, o triunfo parece próximo, mas... Mas não é a mesma coisa, olhos bem abertos, mente alerta expondo ao ridículo a tentativa indisfarçada.

Ridículo, sou rídiculo. Tenho tanto aqui dentro, os testículos da mente transbordam de ideias, de emoções, de sentidos que não encontram sentido. Preciso de buscar uma forma, preciso ser encontrado, tenho de tirar tudo cá de dentro. Caminho pesado, força avassaladora que me verga no andar e que se esvazia no espaço quando tento agarrar entre as mãos, imprimir numa foto, perpetuar em palavras.

Pela pornografia tento lá chegar, mas nem os textos de outros me guiam e aumentam o estado de excitação ao ponto do orgasmo. Caminho num limbo que mais não é quem uma ânsia.

Atroz adversidade que me atormenta. Desisto, fecho-me, isolo-me...

Asfixia

Sinto uma força cuja a intensidade balança entre o sustentável e o insuportável. Por vezes sigo com a força, atrasando mas sigo, outras porém sinto-me arrastar para o fundo. Não respiro, debato-me incessantemente por vir à superfície onde os meus pulmões suplicam por uma lufada de ar. Consigo apenas o suficiente para manter a ilusão que alguma vez terei o o que necessito, ainda que com esta âncora que me prende e arrasta.

Paro, deixo-me arrastar, atinjo o equilíbrio, um equilíbrio no qual não há oxigénio. Ali, logo ali, tão perto... mais um esforço, mais um esbracejar e colocarei as minhas vias respiratórias em contacto com esse bem tão precioso. Mais físico, mais materializado porque a dor não é uma promessa mas o presente em mim, a força. Olho para ela, revolto-me, cresce em mim e canaliza as energias que me restam. Com fúria desejo lançar-me sobre ela, sobre a âncora, cortar este cordão umbilical que nos une, ainda que a liberdade absoluta venha tarde no tempo e o que me reste não me permita chegar à superfície.

Branco/preto, calor/frio, doce/amargo, ruído/silêncio, amor/ódio... Opostos como as faces de uma moeda, mas unos no significado da unidade. Talvez tenha de sentir algum de um, para ter o que desejo do outro, talvez... Talvez enseje algo que temo. Talvez as grades que me aprisionam, sejam de facto uma muralha que me resguarda do que me prejudicará.

Não sei, entre todos os talvez amaldiçoo-o a indiferença da decisão, não sei...

sábado, 8 de maio de 2010

Percursos inacabados

Ideias e mais ideias, percursos percorridos pela metade, na esterilidade da concepção inacabada pela imperfeição. Permito-me deambular nestas estradas de sensações em que o horizonte se esfuma na materialidade de uma miragem. Saio para me encontrar e regresso tendo-me perdido.

Doem-me as pernas, aquelas que me levam nestes trajectos, ou seja, dói-me a cabeça. Porque não paro para pedir indicações, porquê? Eu sei porque não o faço, não sei onde tenho de chegar, mas sei onde tenho de estar agora, porque o que interessa é o aqui e o agora. O agora é neste instante e o aqui um par de passos de onde me prosto.

É como se tudo que desejei ter, estivesse aqui, agora… Basta caminhar uns passos, basta esticar o braço. E se dou o último passo e se o meu braço percorre a distância que me permite agarrar, e aí? Aí o aqui e o agora, serão passado e em vez da minha viagem estar perto do fim, estarei a iniciar uma nova, porque não sei onde tenho de chegar, mas sei onde devo estar, não sei é onde estou…