quinta-feira, 18 de junho de 2009

Sonhos Prostituidos

Risos incontidos; quando por si só a notícia já era propulsora de um momento de especial diversão, os comentários catapultam para um surrealismo anedótico, que mais não é que um espelho das diferenças interculturais no género feminino.

Tenho uma opinião muito própria não sobre o caso, mas sobre o fenómeno. Contudo expor-la tiraria protagonismo ao verdadeiro ponto de interesse.

A notícia (in Correio da Manhã, edição de 18 de Junho 2009):
Viciado em ambientes de alterne, o engenheiro perdeu de vez a cabeça com ‘Denise’, prostituta brasileira que o seduziu no Elefante Branco e Black Tie, em Lisboa. Já divorciado, o funcionário do Ministério do Ambiente passou a morar com a rapariga em sua casa. Só que esta estava habituada a uma vida de luxo, à custa de 20 mil euros que ganhava por mês a fazer sexo com estranhos – e o engenheiro de 39 anos quis acabar com isso. Para a compensar, assaltou 11 bancos no último ano e meio.

Alguns comentários:
18 Junho 2009 - 10h22 José Pereira
Como o compreendo,com a mão fechada da mulher portuguesa,ficar completamente vulnerável ao charme venenoso delas...

18 Junho 2009 - 10h21 são
Os homens já estão abrindo os olhos para estas aldrabonas, mas ainda têm algo que funciona sem estar ligado ao cerebro.

18 Junho 2009 - 10h20 são
as palavras "benzinho, fofinho, você é lindo demais, amor" ditas em brasileiro dão estes resultados, e muito +.

18 Junho 2009 - 10h19 luis pires
E O BURRO SOU EU!MAS QUE NABO ELA NÃO TEM CULPA DE NADA, ELE É QUE FOI ESTÚPIDO AGORA AGUENTA CORAÇÃO...............

18 Junho 2009 - 10h01 Ambrósio
vestem-se como umas trogloditas, são ultra antipáticas e sempre com uma cara azeda é claro que as outras ganham 20000 e+

18 Junho 2009 - 10h00 Ambrósio
Pois, pois, o problema mesmo é o produto da casa que não se faz nem se aproxima do material Brasileiro e estrangeiro.

18 Junho 2009 - 09h59 Rita
É só rir, estúpido que nem uma porta! escreva um livro, "Manual para tótós-como alternar entre a cadeia e o tribunal"

18 Junho 2009 - 09h54 Pesro Lourenço
Pois pois a culpa é toda dela, ele foi ingénuo e vitima de uma cilada coitado...felizmente não matou ninguém.

18 Junho 2009 - 09h52 Luisa Baião
Por amôr falta de vergonha ! é um ladrãozinho descarado! merecia o uns bons anos de cadeia a trabalhar no duro.

18 Junho 2009 - 09h50 Margarida
Ah pois... O Sr. de certeza foi obrigado a conseguir este número de armas.Ah coitado.Tao inocente.E o burro sou eu?!!!

Pena a notícia não vir a público apenas amanhã, para que fosse a Manuela Moura Guedes no seu estilo, digamos muito peculiar a apresentar esta notícia no Jornal Nacional da TVI, em jeito de despedida antes de abraçar o projecto Canal Benfica.

Material sem dúvida para um "Pretty woman" parte II, só que re-denominado, "Pretty woman and the crazy engineer". Como diria o Fernando Peça: "E esta heim?!"

Perdoem-me mas não consigo deixar de enviar a minha missiva pessoal: TUGAS, SEJAM MENOS TUGAS!

domingo, 14 de junho de 2009

Preguiça da palavras

Dou por mim a deambular vezes sem contas. Deambulação não física, sem percurso definido, sem destino traçado. Emaranhado de emoções impossíveis de arrumar em gavetas mentais. profusão de tempo e espaço numa dimensão única.

Pela partilha fujo à intimidade excessiva que me despe e fragiliza, pela forma desestruturada que me revisto. Estado de alma imperfeito, na vivência única e inexplorada de um mundo que apenas ousara em pensamentos visitar, quanto mais invadir e tomar por meu, qual tirano egocêntrico.

Sorrisos que não se decifram, ou clausura de expressões faciais. Revestimentos estéticos do rosto que diz tanto, como qualquer outra porção do corpo físico. As palavras, essas, perderam a serventia de outrora, mais por humildade que opção. Humildade contemplativa e selectiva.

Está lá parado imponente, rodeando-se de um círculo que afasta a devassidão encetada por experiências inoculas do passado presente. Venham vários, venham muitos, só um passará, só uma passou e célula por célula, divisão por divisão, tijolo por tijolo um novo mundo construiremos.

O instante anterior ao impacto descreve uma trajectória que me lança numa nova queda. Is this real, are you real, am i real?! Furtadas por desconhecimento, não por preguiça, mas se o são não por esquecimento mas por furto, então que sejam minhas, pois minhas são as emoções que por detrás se escondem.

Preguiça deu lugar à contemplação. As palavras chegavam antes dos sentimentos, tornando-os fora de tempo, validade expirada. Agora sentimentos vividos anteriormente a cada palavra e chegando a vez destas, pequena a ferramenta para tão exigente tarefa de edificar o etéreo. Sobranceiramente atiram o mote, somos preguiçosas e tudo o resto se ri pela traquinice...
E apareceu...


segunda-feira, 8 de junho de 2009

A puta...

Aspecto frágil, ar tímido e envergonhado, passos incertos tentando esconder o nervosismo. Análise precisa numa fugaz passagem de carro. O que os olhos apreenderam em segundos, a mente processa em longos minutos, para chegar à sintonia conclusiva com a visão.

O motivo porque lá está, cada vez é mais óbvio e a certeza é sublinhada pela frequência das passagens posteriores, cruzando com o mesmo cenário. É magra, sem compleição física para os serviços que se propõem vender, vestes discretas e atitude denunciadora de inexperiência.

O local é ermo como tantos outros e como o fim o obriga. Isolado, mas próximo. O quadro inicial vai-se diluindo nas horas sentada, aguardando abordagem. Não desaparece nem a vergonha, nem a timidez, nem a fragilidade, apenas são escondidas. O passo deambulante é trocado por cigarros, revistas e telefonemas. O olhar já se cruza pelos veículos que passam, em busca de uns quantos euros ou de quem a tire dali para fora. Atitude muda mas não a pessoa, embora não seja a mesma, ainda o é.

Assim eu lá passo e assim ela lá está. Tropeção da vida, caminho sem saída, necessidade impulsionadora do desespero; não importa o motivo, importa saber porquê os irmãos, o namorado/marido, os pais, os amigos, não estão lá para ajudar a levantar. Importa saber porquê não estamos lá para erguer os nossos irmãos, namorados, pais, amigos, porque morre um pouco da humanidade no desespero do próximo e somos cada vez mais como somos...

É a puta da vida...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Entre patamares de percepção

Que se passa comigo? Porque me amordaçou com silêncio a boca? Desajustamento de sensações, num transitar penoso de ausências forçadas, com ansiedades bem presentes. Indumentária de euforia numa mente irreconhecível.

Um dia sonhei e do sonho ficou esta pegada:

Hoje quero ter um sonho
Não, hoje vou ter um sonho
Será sonho que não é sonho
Não vou ter, mas quero
Quero que seja real.

Fecho os olhos
Ouço a respiração
Cruzo o ponto sem retorno
A passagem é suave
As sensações imensas.

Não há o acordar penitente
Não há o trânsito caótico
Não há o sorriso forçado
Não há a explosão contida
Ouso julgar não haver o que há.

Há a opção, a escolha
Do quando
Do com quem
Do quanto
Do como.

Sou produtor
Sou realizador
Sou protagonista
Sou guionista e...
E não faço nada!
Tudo está conjugado
Tudo flui numa proporção que é só minha
A partilha é egoísmo
Não há dor porque não há prazer
Não há nada e há tudo.

Tão simples o meu sonho
Simples na complexidade
Fecharei os olhos
Ouvirei a respiração
Os olhos não se abrirão
A respiração ficará sempre igual
e aí sim, será REAL.

"se um único
sonho
de cada
homem
se tornar
realidade

que outros
homens
acordarão
dos seus
sonhos?"

Acorda do teu sonho, eu estou aqui, sempre estive...


Porque me fazes isto?
Solta-me, liberta-me.
Não vês que se correr ainda a apanho?
Sim é ela que ali vai, ainda não é tarde.
Eu preciso, eu quero, eu desejo
Como digo, como faço, como demonstro?
Mãos com a vossa força
Garganta com a tua raiva
Olhos com a vossa piedade
Fossas nasais com a vossa energia
Rasgai, gritai, levai o oxigénio às células
Que se solto o que aqui dentro tenho
Que saia, que chegue a quem deve
Dentro é estéril, nos teus ouvidos o milagre
Milagre de vida, milagre de ressurreição
Julgava-me vivo, mas morro por viver
Morro por te mostrar a vida que tenho em mim
Semente que plantaste, árvore que cresce
Não a vês? Sabes que está aqui.
Não a digas que a vês, não a vês
É grande, é intensa, é única
Foste tu quem a plantou.
Porra que não sei,
Porra que esqueci,
Porra que estou perdido.
Para que me servis, mãos, olhos, boca, nariz, ouvidos?
Para que me servis se não vejo
Se não sinto com a pele
Se não capto o cheiro
Se não ouço
Se não sinto o sabor dela?
Podeis-me dizer que sinto, que ouço, que capto, que vejo
Sim tudo o faço, mas nada o demonstro
Ajudai-me, ajudai-me...