terça-feira, 30 de setembro de 2014

Um dia, criança, um dia!

Alheio a tudo, pequeno ser com todo o significado da existência. Retratos esborratados de figurantes que mais não são que isso. Deslumbres de atividades, aparentemente longínquas.

Captura de desejo por concretizar ou, imagem indistinta do passado, tanto faz. Lentamente o foco surge sobre a criança e tudo em redor se desvanece na importância inexistente. Fosse o mundo assim, fossem os problemas e as soluções passíveis de serem trabalhadas com um brinquedo.
 
Felicidade contida em tão pouco. Simplicidade e harmonia tranquila. Nada aflige, nada preocupa, nada distrai. É uma criança, é a pureza, é a ingenuidade. Resumindo é tudo o que o que se esbate e desaparece, não o sendo.
 
O beijo quente do sol, a frescura da água, o aconchego do chapéu, a textura da areia, o silêncio do ruído distante... Fascinante imagem que suscita dos mais primários instintos de progenitores, nos desígnios do saber ter perdido, o que sempre deveria existir.
 
Palavras cruas, frias, aparentemente desprovidas de calor emotivo, num render incondicional ao que por esta foto foi roubado. Velhas crenças, significados recentes, roubo o houve, não da alma da criança, mas do espírito de quem pelo retrato a observa.
 
 
In Letras do Olhar, 08 de Maio 2014

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