Captura de desejo por concretizar ou, imagem indistinta do passado, tanto faz. Lentamente o foco surge sobre a criança e tudo em redor se desvanece na importância inexistente. Fosse o mundo assim, fossem os problemas e as soluções passíveis de serem trabalhadas com um brinquedo.
Felicidade contida em tão pouco. Simplicidade e harmonia tranquila. Nada aflige, nada preocupa, nada distrai. É uma criança, é a pureza, é a ingenuidade. Resumindo é tudo o que o que se esbate e desaparece, não o sendo.
O beijo quente do sol, a frescura da água, o aconchego do chapéu, a textura da areia, o silêncio do ruído distante... Fascinante imagem que suscita dos mais primários instintos de progenitores, nos desígnios do saber ter perdido, o que sempre deveria existir.
Palavras cruas, frias, aparentemente desprovidas de calor emotivo, num render incondicional ao que por esta foto foi roubado. Velhas crenças, significados recentes, roubo o houve, não da alma da criança, mas do espírito de quem pelo retrato a observa.
In Letras do Olhar, 08 de Maio 2014
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