domingo, 10 de agosto de 2014

O Anjo

Anjo caído ou humano erguido... Indícios celestiais pautados em rudes traços humanos!

Para quê artificialidades? O porquê dos ornamentos, qual a causa das imaterialidades físicas tornadas visíveis?
 
As sombras que ornamentam as janelas; janelas essas que deveriam confiar a visão da alma divinal.No entanto precipitam num abismo de sufoco.
 
Mas e as asas? Asas de anjo amarrados a um corpo humano. Divindade mundana! Incoerências numa mitologia inexistente nos tempos modernos.
 
"Abraça-me, toma-me, limpa a sombra dos olhos que escurece a minha alma, com as lágrimas que derramo..." Parece dizer sem mover boca ou olhos!
 
A boca... Não se beija um anjo!
O peito... Maternidade humana.
As asas... Voos de imaginação!
Os ombros... Abraços bem reais.
 
Um anjo sem dúvidas, pois pudera algum descendente do útero de Eva, assim se erguer. Todavia um anjo caído, anjo que se abraça, anjo que se ergue. Basta acreditar, basta encontrar, basta erguer.
 
Tomar nos braços para erguer à condição humana, para que depois as asas elevem onde os sonhos persistem, sem que nenhum dos dois alguma vez caia.
 
In Letras do Olhar 29/04/2014

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