quarta-feira, 19 de março de 2014

Zero

Zero é um. Zero é nada, não existe, apenas está lá. Está lá e não está não conta. Zero para dizer nada, na oposição do tudo, subtraindo o tudo ao absoluto fica o zero e ainda assim é nada.
 
Nada igual a zero, mas será? Ocupa espaço nenhum, tempo algum, expressão do um. O um é zero, o zero que precede o um já é um. Conto como aprendi, como nasci para contar, conto pelos dedos. Tenho dez dedos, um ,dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez; dez dedos, mas e o zero como o conto? Antes do um depois do um, à esquerda e à direita, conto e não conto...
 
Dez, onze, doze, treze, catorze, quinze, dezasseis, dezassete, dezoito, vinte... Dez dedos, dez números! Ando à volta dos números para saber o meu lugar, à esquerda ou à direita, mais visível ou menos visível. Que interessa sei ser o zero e existo. À esquerda sou para não ser visto, à direito sou visto sem saber ser.
 
Tudo porque conto os puzzles pelos dedos. Conto e do 100 ao 108 não há 8 mas nove. Números em extenso, números árabes, mas números. Árabe por não existir extenso existindo. Os dedos não me contam, mas sei que existo. Existo pois, existo e sou um zero!

sábado, 15 de março de 2014

Walking

What's wrong, if is something wrong?
Something seems to be missing,
Something is out of place...
Why do I even care?

Walking alone,
Without any one on my side,
Leaving my footprint,
Letting me know I exist.

Yes I exist, even incomplete,
I exist is true and it's every where to be seen.
If I'm incomplete as it seems,
Why this feeling of being truly myself?

Maybe it's meant to be,
Maybe you aren't meant to me,
But what do I know?
Maybe sadness is my happiness...

segunda-feira, 10 de março de 2014

Conforto da solidão

O conforto que invariavelmente busco e surpreenda-se encontro, na solidão não está. Expurgado de locais onde procurar, sim procurar pois eu sei que lá está, sim está lá pois lá o deixo sempre, sim porque lá sempre o encontro.
 
Rotina diria, ou algo mais. Talvez mais uma forma de sentir, sentir pela diferença, sentir pela ausência ou, apenas sentir por ser só, por ser único. Sentir finalmente completo, encaixar as peças do puzzle e encontrar-me. Encontrando algo, tenho algo, tenho alguém, tenho-me a mim; já não estou só.
 
Ponto de partida igual a ponto de chegada, mas diferente. Diferente pois deixo de estar voltado para fora buscando companhia, buscando conforto, mas voltado para dentro encontro, encontro tudo e mais. Mais poderia eu desejar, se me encontro?!
 
E hoje? Que raio há de errado hoje?! Busco, perscruto tudo e invade-me o desassossego, perturba-me o desconforto. Olho em redor e em redor implica também o meu íntimo. Desagrada-me o íntimo, talvez pela ferida aberta que magoa. Aberta talvez porque nunca chegou a cicatrizar. Desagrada-me sentir que poderá nunca cicatrizar...
 
Exercício perturbante este. Sem sentido, sem alma, sem qualquer conforto... Magoo-me continuando, mas não conseguindo os dois escolho a solidão ao conforto. E...
 
E... amanhã será novo dia!