segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Lampejos sem ternura

Desassossego que me apodera
Inquietude com que me aprisiono
Nada que eu quisera.
Sim quero, sim questiono.

Solte-se a lágrima
Aprisione-se o sorriso,
Tragam outra vítima
Para bem do meu juízo.

Fere a crueldade
Que abraça a dor tirana,
Agonizante é a verdade
Obscura e soberana.

Sem ternura cuspo estes espinhos que me rasgam coração e alma!




Refúgio

Triste, tão triste. Só, tão só. Vazio, tão vazio... E nem sequer melancolia é!

A quem confiar? A quem desabafar? Quem procurar? Sinto não existir, sinto não ter, sinto tristeza, solidão, vazio.

As lágrimas irrompem-me pelos olhos num fluir que não leva a nada nem a ninguém. Ninguém lá está que com a confiança e a gentileza de um gesto, seque as lágrimas e gentilmente me acaricie na bondade de um abraço protetor.

Preencho a solidão com o isolamento e a tristeza com melancolia. E assim se ergue uma e outra vez; assim toma forma o refúgio.

Refúgio para ser quem sou, sem ser o que sou.