Oponho-me a iniciar com uma pergunta que mais não é que a resposta com que os pensamentos me questionam.
Escrever é conversar com as palavras e eu preciso de ouvir o que as palavras me dizem. Espero da imagem refletida do espelho uma verdadeira imagem de mim. Mas é falso, é falso não é nada daquilo. Recebo imagem de tristeza mas os sinais que dão são de alegria. Não pode ser...
Os sintomas não têm cura. A doença nada faz, apenas observa. Doente, sinto-me doente, como um inverno gelado do norte, mas os sintomas... Os sintomas esses não mostram doença, então não tenho cura, mas sinto!
Converso, converso, vejo as palavras surgirem letra ante letra com um curso sempre a fugir. Não sei de onde vêm mas surgem. Os dedos primem numa aleatoriedade inconstante teclas qwertedianas e os sintomas apaziguam. Ainda os sinto, ainda estão lá, já não penso na doença.
Converso com as palavras e elas escutam, escutam... Noto nelas cada vez mais indiferença. Como? O quê? Não vos ouço. Não as consigo ouvir, perdi a vontade de conversar. Aí estão eles, sinto-os; estou doente...
Doentes somos todos... as palavras gritam mas não queremos ouvir-las, é duro ouvir a nossa mente... será que o espelho não reflete a nossa verdadeira imagem ou será que nós não a transmitimos ao espelho... os dados estão baralhados por cobardia de vermos os verdadeiros resultados....
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