quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Rascunhos de um homem

Escrevo por escrever, sem nada querer, sem nada ser, por nada desejar, só por querer. Quando querer é poder, sem nada ser, por nada desejar, mais não sou que uma orgia de prazeres de despropositado egoísmo. Mas então o que sou, pelo que sou, para quem sou?

O melhor reflexo de um homem está no olhar de quem o ama e não num espelho. Olho eu então em meu redor, em busca do amor. Por certo o vejo, por certo o sinto. Amor de amizade, de pai e mãe, de irmãos, de família. Amor verdadeiro, amor de paixão. Em todos eles olho, em todos eles busco.

Tenho agora em minha posse peças, muitas peças. É como se o meu reflexo na água fosse captado numa ínfima parte do tempo, depois perpetuado em vidro e finalmente arremessada contra um muro. Esses cacos, vejo-os eu no amor que busquei. Metaforicamente sento-me, ciente que levará não uma parte, mas imensas partes ínfimas de tempo, até recuar do embate do muro, voltar ao vidro e por fim à imagem reflectida na água. Espero chegar a esse ponto, aí terei uma imagem não nítida mas ainda assim muito próxima do que sou.

Ainda procuro muitos desses caquinhos, até lá olho-me no espelho da rotina quotidiana e não sei que homem sou, mas seguramente sei o que quero ser.

1 comentário:

  1. Achei particularmente lindo!
    Beijinho meu bom amigo, concerteza quem te ama vê o quão especial és!

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