sábado, 27 de novembro de 2010

Ideias Soltas

O meu corpo pertence onde estou, a minha mente, essa pertence a lado nenhum. Nessa orfandade, no lugar onde deveriam existir as raízes da razão e existência, existe um leme que me leva a navegar sem rumo. A âncora aguarda o arremesso, no local onde o corpo e mente se reunirão novamente. Assim se explica esta dualidade!

"Onde está Deus, mesmo que não exista?"

Pela manha conheço o dia, pelo dia espero a noite. A noite espera por mim. Cansado de esperar para conhecer o verdadeiro eu..

O meu pai, o meu pai é a origem, o meu pai é o destino, o meu pai é a origem e o destino. Se não sou o meu pai, se não sou origem, se não sou destino, se não sei quem sou, então não sou para ser nada!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O prazo da fama

A fama não nos faz viver para sempre, apenas faz viver muito em pouco tempo, esvaziando de significado tudo o que resta, numa inconsequência de vida.

Intemporalidades subscritas pelas materialidades circunscritas a uma época, cultura e ideologia... Nada mais que isso!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Rascunhos de um homem

Escrevo por escrever, sem nada querer, sem nada ser, por nada desejar, só por querer. Quando querer é poder, sem nada ser, por nada desejar, mais não sou que uma orgia de prazeres de despropositado egoísmo. Mas então o que sou, pelo que sou, para quem sou?

O melhor reflexo de um homem está no olhar de quem o ama e não num espelho. Olho eu então em meu redor, em busca do amor. Por certo o vejo, por certo o sinto. Amor de amizade, de pai e mãe, de irmãos, de família. Amor verdadeiro, amor de paixão. Em todos eles olho, em todos eles busco.

Tenho agora em minha posse peças, muitas peças. É como se o meu reflexo na água fosse captado numa ínfima parte do tempo, depois perpetuado em vidro e finalmente arremessada contra um muro. Esses cacos, vejo-os eu no amor que busquei. Metaforicamente sento-me, ciente que levará não uma parte, mas imensas partes ínfimas de tempo, até recuar do embate do muro, voltar ao vidro e por fim à imagem reflectida na água. Espero chegar a esse ponto, aí terei uma imagem não nítida mas ainda assim muito próxima do que sou.

Ainda procuro muitos desses caquinhos, até lá olho-me no espelho da rotina quotidiana e não sei que homem sou, mas seguramente sei o que quero ser.