Experimento a sensação da despedida, despedida de algo que nunca encontrei, de alguém que nunca conheci, do que nunca senti. Ainda assim despeço-me e no vazio cresce a saudade, a saudade do que nunca encontrei, de quem não conheci, do que não senti.
Tudo progrediu, tudo avançou, o universo expandiu. Dois pontos outrora próximos, estão agora afastados numa dimensão tridimensional enorme. Meço as distâncias pelo vazio que fica, pelo vácuo que surge, cresce e toma posse de mim, na minha mente, no meu coração, em todo o meu corpo em uníssono e me leva a um estado de ansiedade que me faz recordar o ponto de partida.
Retomo o domínio num exercício de cedências, de opções goradas ou bem sucedidas, pouco interessa. Não sinto arrependimentos, se não encontrei, se não conheci, se não senti, não me eram destinados. Porque teria eu de controlar o destino? O presente já me esgota energias.
Algures num horizonte temporal por mim atingível, me unirei com alguns pontos. Nessa rota de colisão preparo o impacto. É muito grande o vazio, muito grande a distância, uma implosão imensa que não estou certo saber conter...
Por ora deambulo e faço uma pausa na turbulência do mar de inquietações pelo qual estabeleci a minha rota.