quarta-feira, 29 de abril de 2015

Simples detalhe

Horas infindáveis, espaços de tempo desvanecidos em rotinas sincronizadas de miragens de perceção. Engano-me e o engano trás o conforto do conhecido e da redução de estímulos, para acolher a tão desejada tranquilidade.
 
Mas, sempre o mas... Mas o devaneio invertido perde-se pela metade, falta algo, falta um estímulo. Os estímulos reduzidos criam apenas a necessidade do que falta. Falta o detalhe, falta a ausência do presente, pois o que há não devia ser.
 
Eis que ele me surge, numa tarefa de precaver o pior, o espaço ele mesmo, não o tempo. Esse espaço é ocupado por algo, por alguma coisa, que não cabe lá. Simplesmente na rotina existia noutro lado. Agora, e agora estou fascinado. O olhar escapa-se, sempre no encontro da nova coisa no espaço agora preenchido.
 
Significado?! Não faz qualquer sentido, mas está tudo aqui e sorrio. Estranho equilíbrio, tranquilidade extraordinária, encanto tamanho. Pena ser só um ínfimo tempo num minúsculo espaço, numa fração maior destas dimensões em que a abstração é o único garante de sanidade...