E que bom dia este para escrever. Que mais poderei fazer dele?! Tudo despropósitos que impedem de sentir algo para além disto. O isto que está aqui enraízado, que me tolda a imagem, distorce o sabor, adormece o tato, apaga o odor e atenua o som.
Sátira sem humor, sem astúcia, sem nada. Desprovimentos de intenções, pautados aqui e ali por impressões de sentidos, que mais não são do que miragens sem dimensões, sem vida, sem consciência.
E por isso escrevo e escrevo como se vivesse, mas viverei eu de facto?! Dou-me conta da pequenez, quando todavia não desejo transcender a minha dimensão. Podem parecer confinadas as fronteiras que me delimitam, mas nelas me perco, nelas procuro uma existência que é a minha, mas absurdamente não encontro.
Que mais dizer?! Mais não escrevo, pois hoje o dia não é de sentir, viver não é o dia e a escrita é falsa!