"Como tudo na vida, este blog tem data de validade. Todos estes posts servem como um histórico virtual de muitas histórias, sensações vividas por uma "sobrevivente da crise"(...)" Assim leio num dos blogs que sigo e reencostando-me na cadeira, transporto para a minha própria realidade esta sentença.
A primeira análise é simples, não tenho qualquer motivo para continuar como prova o silêncio cada vez mais prolongado, mas também não me assaltam motivos para encerrar por aqui e a provar as numerosas sementes de ideias e sentimentos que se amontoam na minha mente, à espera do momento certo para tomarem forma.
Por aqui escolhi ser triste, ser alegre, ser tudo e não ser nada. Escolhi quase sempre ser só, pois sozinho sou personagem nas minhas próprias estórias, enquanto na multidão mas não sou que um figurante em imensas estórias nas quais não escolhi participar.
Não me creio feliz. Devia-o ser, mas não sou. No entanto sou feliz que quase sempre e poucas vezes fui mais feliz. Devia sei que devia, mas... Não sou grande coisa, mas sou eu!
Consigo escrever agora porque tento sentir, numa leitura de braille, seguindo de olhos fechados num universo de formas macias, com pontas aguçadas aqui e ali. Por pintar a preto e branco, não significa que não veja a cores. "Sigam o meu traço mas não me roubem a alma, escolham as vossas cores todas"; assim fui gritando em silêncio em todas as linhas.
Não vejo motivos para terminar, não vejo motivos para continuar. Vou seguindo sem propósitos, vou vivendo, vou sentindo. Menos movimento e mais ser, assim o alvejo.