Que saudades, nem me dei conta, que saudades... Agora que estou, agora que dentro de mim o sinto, mergulho na descrição dos prazeres com que sou deleitado pelos sentidos. Um suspiro que traz uma respiração e me rasga por dentro, pois bem dentro estão as correntes que suprimem este grito. O grito avoluma-se, agiganta-se, estremece-me e torna-se inaudível.
Porque são sempre os motivos para não e nunca os motivos para sim que prevalecem? Sim sinto-me tão invadido, sim sinto-me tão parte da multidão. Já não tenho capacidade de geral humanidade, não agora, não para já. Três nãos dois sins, a minha resposta veio com a saudade como a chuva vem com os relâmpagos, como as trevas vêem com a noite, como a paz chega com a morte.
Morrer para nascer. Não me lembro de ter morrido, mas sinto que nasce alguém que não sou eu, nem sei quem ser. Muitas vezes ocas são as palavras e inconfundíveis os suspiros e no entanto, no entanto não faço, não mudo, não ajo. E sim quero nascer novamente, pelo que preciso de morrer.
É a estória de um tolo que um dia sonhou ser tolo, sem saber que já o era e terminou rei. Hoje sinto-me mais perto de morrer e menos rei, não hoje, não maior parte do dia, mas sim agora, agora sinto-me mais feliz.