quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Banco de Jardim

De madeira, de pedra, de metal ou até plástico.
Serve velhos, novos, homens e mulheres.
Aconchega namorados, abriga os solitários.
O avô vigia os netos, o desesperado perde o olhar.

O vento sopra, os ramos agitam-se, as folhas caem.
A chuva casa com o frio e só o desesperado vai ficando.
Chega o verde e a cor, a natureza no seu esplendor.
Ciclo fecha-se, no calor e todos reclamam o seu lugar.

Dia após dia, geração após geração, que estórias não contará?!
Tudo em seu redor muda, para ele não ter de se alterar.
Oferece e não recebe, escuta e não fala, responde e não é ouvido.
É esquecido quando não esquece, mas desejado quando recordado.

Quero o meu banco de jardim
Quero sentar-me, fechar os olhos
Sentir a chuva, sofrer com o frio
Benzer o calor, beijar o sol.
Olhar o futuro como presente
E o passado como futuro.
Ser eu, refugiar-me de julgamentos
Revigorar as minhas energias
Receber o conforto e prosseguir caminho.
Volto porque tenho de voltar
Não regresso por receio de não estar.
O calor foi, as folhas caíram, o frio instalou-se
Olho em minha volta e não há ninguém.
Estou onde tenho de estar,

Meu querido banco de jardim...